Familiares e amigos de Amy Winehouse se reuniram na noite desta segunda-feira (horário local), em Camden Town, Londres, para lembrar o aniversário de um ano da morte da cantora britânica, na casa onde ela morava e onde ela foi encontrada morta aos 27 anos.
Lá eles foram recebidos por dezenas de fãs que faziam vigília no portão. Emocionados, Mitch e Janis Winehouse receberam flores, cartas e abraços de admiradores, que não paravam de cantar os maiores sucessos da artista, como Valerie, Back to Black, e Rehab.
Aparentando estar bastante debilitada físicamente, a mãe de Amy chegou ao local com uma bengala, e precisou da ajuda de um segurança para atravessar a rua para ver as homenagens deixadas pelos fãs na praça em frente à casa. "Meu bebê", disse Janis repetidas vezes, ao ver as fotos e os cartazes colados nas árvores em frente à residência, sendo amparada por amigos. Ela chorou quando viu um cartaz onde aparecia sendo abraçada pela filha e pediu para o segurança - que é amigo pessoal da família - que guardasse a imagem de recordação. "As homenagens são adoráveis", disse. "A Amy está sempre conosco", completou o pai da artista, também emocionado, ao ser abraçado por uma fã aos prantos.
Os pais de Amy permaneceram cerca de uma hora dentro da casa, onde realizaram uma pequena cerimônia religiosa com amigos e familiares. De lá, eles partiram para o pub Jazz After Dark, no bairro de Soho, um dos locais preferidos da cantora. A visita já era aguardada, já que em entrevista publicada no fim de semana pelo jornal britânico The Sun, Mitch contou sobre os planos da família para o dia. "Ela não iria querer nos ver chorando pelos cantos da casa. Ela preferiria que a gente se reunisse para cantar", afirmou, na entrevista - hoje, ele não falou com a imprensa.
Ao longo do dia, dezenas de fãs passaram pelo local, mas o clima de luto deu lugar à cantoria e a vários brindes em homenagem à Amy - muitos admiradores deixaram, além das flores, garrafas de vodka e outras bebidas alcoólicas. "A Amy era cheia de vida, baladeira. Era assim que ela gostaria de ser lembrada", justificou uma fã, entre um gole de vinho e outro. A curta carreira de Amy foi marcada por escândalos envolvendo o consumo de bebidas e drogas, sendo que a cantora foi flagrada inúmeras vezes pela imprensa local deixando pubs bêbada.
"A vida é curta, aproveite-a", disse a mãe de Amy, Janis, a uma fã da Espanha, ao se despedir do grupo e seguir para o pub frequentado pela filha.
"Eu tremi muito, não conseguia nem falar direito", contou a estudante brasileira Ana Clara Pinaud, 21 anos, do Rio de Janeiro, que programou a viagem de férias a Londres para coincidir com a data do aniversário da morte de Amy. "Nós achávamos que ia haver algum show em tributo a ela", explicou.
Apesar do assédio dos fãs, Mitch Winehouse já foi criticado por ter lançado a biografia tão pouco tempo após a morte da filha. Aos críticos, porém, Mitch justificou, em entrevistas anteriores, que o dinheiro arrecadado com a venda da publicação seria revertido para a fundação criada em homenagem à cantora. No livro, que tem 320 páginas e foi anunciado ainda em 2011, ele se apresenta como "conselheiro mais próximo, inspiração e melhor amigo".
Preocupados com a "romaria" de fãs, a associação de moradores de Camden Town espalhou dezenas de cartazes ao redor da praça vizinha à casa da cantora britânica, pedindo que os fãs se lembrassem que a região é residencial e que, portanto, muito barulho não era bem vindo. As pessoas, porém, ignoraram o aviso e continuaram a entoar como se fossem hinos os hits de Amy, até a despedida da família.